Para quem não leu a primeira parte é só clicar aqui.
No dia seguinte (05/11), decidimos insistir para que o meu sogro recebesse atendimento. Minha mãe ligou para o SAMU 192 que a princípio relutou em despachar uma ambulância para minha casa. A ambulância chegou, fomos muito bem atendidos pelos paramédicos. Demos entrada no HGVC pela manhã. Por termos chegado de ambulância, o atendimento foi um pouco mais rápido do que na noite anterior.
No dia seguinte (05/11), decidimos insistir para que o meu sogro recebesse atendimento. Minha mãe ligou para o SAMU 192 que a princípio relutou em despachar uma ambulância para minha casa. A ambulância chegou, fomos muito bem atendidos pelos paramédicos. Demos entrada no HGVC pela manhã. Por termos chegado de ambulância, o atendimento foi um pouco mais rápido do que na noite anterior.
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Com o pedido da tomografia em mãos, circulei por entre as macas nos corredores em busca de informações sobre como realizar o exame no HGVC. Procurei a ala masculina da enfermaria (o nome “ala masculina” era mera formalidade, pois homens e mulheres estavam amontoados nos mesmos corredores) para marcar o horário do exame. Com muita falta de educação eu fui recebido com um grito de uma das enfermeiras “A TOMOGRAFIA TÁ QUEBRADA!”. Perguntei qual seria o procedimento, pois o médico havia solicitado o exame e o paciente precisava do diagnóstico para iniciar o tratamento. Com rispidez a enfermeira disse para eu procurar a coordenação do hospital para ver o que poderia ser feito.
O nosso objetivo ao levar o meu sogro novamente ao HGVC era conseguir que ele fosse internado, pois dessa maneira seria “mais fácil” realizar os exames e o tratamento. Pensando nisso, procurei informações sobre como interna-lo. Fui até o setor de internamento onde pela primeira vez fui bem recebido naquele hospital. A senhora que me recebeu me deu várias informações sobre quem procurar na coordenação para conseguir a tomografia. Perguntei a ela como conseguir uma maca para o meu sogro. Ele me disse para procurar o maqueiro que ele providenciaria. Em poucos instantes o maqueiro entrou na sala repetindo o bordão do hospital “A tomografia tá quebrada!”. E depois complementou “Por que o hospital o aceitou? Tinha que ter ido era pro São Vicente, aqui não podemos fazer nada por ele!”. Em resposta eu disse que já havíamos passador por 3 hospitais, inclusive o São Vicente e em nenhum deles ele recebeu atendimento.
Após “internar” o meu sogro (internar formalmente, pois ele continuava sentado no banco de madeira) fui até a coordenação para tentar conseguir a tomografia dele. Procurei a pessoa indicada pela senhora do internamento. A moça me recebeu bem, disse que realmente a tomografia do HGVC estava quebrada, mas que ela iria conversar com a direção do hospital para tentar encaminha-lo para o SAMUR e que não pagaríamos pelo exame.
Após “internar” o meu sogro (internar formalmente, pois ele continuava sentado no banco de madeira) fui até a coordenação para tentar conseguir a tomografia dele. Procurei a pessoa indicada pela senhora do internamento. A moça me recebeu bem, disse que realmente a tomografia do HGVC estava quebrada, mas que ela iria conversar com a direção do hospital para tentar encaminha-lo para o SAMUR e que não pagaríamos pelo exame.
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Após limparmos a maca, tinhas que conseguir um lençol. Enquanto eu tomava conta da maca, minha noiva rodou o hospital inteiro e finalmente voltou com um lençol. Isso só reforça que os funcionários não tem um pingo de vontade de atender bem aos pacientes que estão lá. Negavam-se a trazer coisas básicas dizendo que essas coisas estavam em falta. Depois de toda essa luta, finalmente o meu sogro iria sair do banco de madeira que ele estava sentado ha horas. Durante essas horas que se passarem o soro no braço dele acabou. Falamos com várias enfermeiras, mas NINGUÉM se prontificou a retirar o soro do braço dele. Simplesmente jogavam a responsabilidade para outras pessoas.
“Acomodamos” o meu sogro em um corredor mais amplo e que tinha um pouco de ventilação. Várias vezes eu retornei a coordenação do hospital para perguntar sobre a tomografia e a moça que havia conversado comigo anteriormente me disse que a diretoria estava em reunião e que assim que a reunião terminasse, ela me daria uma resposta.
“Acomodamos” o meu sogro em um corredor mais amplo e que tinha um pouco de ventilação. Várias vezes eu retornei a coordenação do hospital para perguntar sobre a tomografia e a moça que havia conversado comigo anteriormente me disse que a diretoria estava em reunião e que assim que a reunião terminasse, ela me daria uma resposta.
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Enquanto isso eu aguardei. Retornei algumas vezes na enfermaria e insisti para que as enfermeiras fossem aferir a pressão do meu sogro e que fossem verificar o soro que há horas já estava vazio e tudo que eu ouvia era “Daqui a pouco eu vou lá, agora estou ocupada”, só que ninguém ia. Numa dessas idas a enfermaria, apareceu um enfermeiro dizendo “O tomógrafo foi consertado!”. Mas a outra enfermeira ignorante que estava na enfermaria relutou com todas as forças para não passar a informação adiante. Com ódio no olhar ela dizia “Não foi consertado não! Eu liguei pra lá agora e disseram que não estava pronto!” e o colega dela dizendo que já estava tudo ok. Pedi o pedido da tomografia do meu sogro e ela não quis me dar. Retornei a coordenação e falei que a enfermeira estava se negado a me dar o pedido da tomografia alegando que o tomógrafo estava quebrado, mas a própria coordenação havia me dito antes que haviam consertado e o colega dela dizia o mesmo. Foi preciso uma pessoa sair de lá da coordenação e me acompanhar na enfermaria para que enfermeira me desse o pedido da tomografia.
Vencida mais uma batalha e com todos os papeis em mãos, levei a maca do meu sogro para a porta da tomografia, mas os técnicos haviam saído para o almoço. E por falar em almoço, eu tive que brigar com a moça que passava com o carrinho de comida no corredor para que ela desse a comida para o meu sogro. Aguardamos por quase 1hr até que o técnico apareceu, entrei junto com o meu sogro e finalmente ele fez a tomografia. Peguei o resultado e fui atrás do médico.
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Enquanto não aparecia uma maca eu fui atrás de médico para ver o resultado da tomografia. A partir daí começou um jogo de ping pong entre os médicos onde o meu sogro era bola. Com muito trabalho, mostrei a tomografia para o clínico geral de plantão e ele me encaminhou pra o neurologista. O neurologista demorou horas para aparecer no hospital (felizmente durante esse longo tempo de espera eu consegui outra maca). O Neurologista olhou a tomografia e disse que o meu sogro teve um AVC isquêmico e que não era a área dele, pois ele era neurocirurgião. Dito isso ele o encaminhou novamente para o clico geral. Fiquei pensando comigo mesmo “Como é que um cara que é capaz de abrir um crânio de uma pessoa viva, retirar um tumor do meio do cérebro, fechar o crânio e fazer com que a pessoa restaure a saúde, não é capaz de indicar um tratamento para um AVC isquêmico?”. Como eu não sou da área de saúde, fui atrás do clínico novamente para saber qual o procedimento deveria ser tomado. Procurei-o durante muito tempo, mas não o encontrei. O tempo passou e a minha sogra chegou ao hospital para passar a noite com o meu sogro. Me despedi deles e fui para casa descansar.
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